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ESTREIA MUNDIAL > 31-1-2 FEV. 2013 no INKONST em Malmö.
MDT em ESTOCOLMO > 15-16 MAR. 2013

Beleza do Acaso foi apresentada na Noruega, na Alemanha, no Brasil e na Finlândia.

A pesquisa para a terceira parte da trilogia, Beleza do Acaso, foi desenvolvida durante um ano e meio no Brasil e na Suécia em residências artísticas nos estúdios do The Swedish Arts Grants Committee, onde a QUARTO foi contemplada pelo Programa Internacional de Dança,, no SITE (Production Center for Performing Arts), em Estocolmo e durante janeiro de 2013 no INKONST em Malmö.

O que acontece ao corpo ao lidar com um objeto? Quando um objeto se impõe ao corpo? Pode o movimento originar-se no objeto? Como devolver ao objeto sua subjetividade, uma vez perdida para tornar-se objeto e servir a uma função? Como redefinir o objeto? O que é um objeto? Seria um objeto ‘o modo de perceber de um corpo? Um modo de perceber de um corpo interessado?’ Tentativa de redefinir a relação com o objeto corda. Há sempre uma relação de interesse entre sujeito e objeto, uma maneira de uso.

Duas pessoas ligadas a uma corda, a corda que evidentemente remete, mas não a rigor, ao fio de Ariadne, ao fio de segurança, as teias, ao fio do destino, ao fio que nos liga uns aos outros, ao conceito de rizoma, ao fio entre vida e morte. Que tipos de força esses corpos trazem consigo? Como provocar ou afetar a percepção a partir do uso do objeto? Seria possível libertar o movimento do tempo através de repetições que nunca se repetem identicamente? Como lançar os corpos em um diferencial permanente? O que aconteceria na tentativa de penetrar o campo do ritmo? Ou ainda, seria possível no terreno das artes cênicas penetrar o campo do ritmo?

Compreendendo ritmo como algo que nunca se repete, uma ‘ausência de repetições periódicas’, ou, acrescentando, uma ‘desigualdade permanente’. Para melhor compreender fizemos uma distinção necessária entre ritmo e cadência, abrangendo o conceito de ‘ritmo’ a partir da seguinte definição: ‘a força que a vida encontra para envolver-se no caos.’

Qual a importância do espaço praticamente vazio e indefinido, presente nas duas últimas peças da Quarto, que compõem, junto a ‘Beleza do Acaso’, a trilogia da Beleza?

O vazio é para a Quarto a entrada no território da subjetividade, através dele procura-se desfazer formas pré-estabelecidas e mergulhar no campo das forças; um mergulho nas forças buscando desfazer as formas.

O ponto de partida para a pesquisa e experimentação é o impulso gerado através de forças que nos potencializam, forças dentro de cada um de nós. Como desqualificar as forças que nos fazem fracos e angustiados, forças estas que regem a vida, definindo identidade, função, hábitos, nossa relação com os outros e com os objetos?

Pretensamente diríamos que ‘Beleza do Acaso’ seria o desejo em lidar com as vibrações e intensidades. Daí a escolha da Quarto em procurar dissolver a presença do performer que, por meio da ação, vai gerar determinados hábitos, a representação psicológica, o personagem, o bom senso ou as relações de dualidade e oposição entre dois seres, homem, mulher; assim fazendo cessar o ego e o drama. Dessa maneira procurando criar a presença impessoal, o ser vazio, sem história ou trama pessoal.

Naturalmente, como artistas, criamos alguma coisa com o desejo de afirmar, expressar e desafiar a nós mesmos no campo das forças e do pensamento. O que é produzido revela apenas um dos momentos do que fazemos. Estamos debruçados com estas questões em nossas vidas o tempo todo, e em função desse tipo de cuidado que pode gerar uma produção artística – talvez vá gerar somente modos de existência – continuamos perseguindo tais problemáticas com incansável insistência para, quem sabe, chegar a conhecer melhor o que nos envolve e, com isso, fazer com que nossas perguntas inspirem outras perguntas e ruptura de paradigmas, ou, indo ainda mais longe, que inspire novos modos de existência.

Diretor Artístico: Leandro Zappala
Coreografia, conceito e performance: Anna Mesquita & Leandro Zappala
Desenho de som: Philippe Boix-Vives
Video: Palle Lindqvist
Poeta: Naima Chahboun
Filósofa: Fredrika Spindler
Designer gráfico e produção: QUARTO

Coprodução: SITE, MDT Stockholm, INKONST
Apoio: Pille Repmakarn
Patrocinadores: The Swedish Arts Council, Stockholm’s Culture Committee and The International Dance Programme – The Swedish Arts Grants Committeé’s International Programme for Dance Artists

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